Durante reunião do Conselho Universitário (Consun) realizada na manhã desta sexta-feira, 7, foi aprovada a alteração das Resoluções nº 20/2013 e 04/2019 que, respectivamente, tratam do Programa de Ações Afirmativas na graduação e pós-graduação na FURG. Com a mudança, pessoas transgênero passam a integrar as ações afirmativas na universidade.

A proposta foi formulada pela Coordenação de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidades (Caid) em conjunto com o Gabinete da Reitoria. As razões para o pedido se baseiam principalmente na vulnerabilidade social e de identidade dessa população - entendidas travestis, mulheres transexuais e homens transexuais ­-, que se dá especialmente pela evasão compulsória da escola (em média entre 13 e 18 anos em razão da discriminação e violências como a transfobia, resultando em uma estimativa de que 72% dessas pessoas não concluam a escola) e pela expulsão do ambiente familiar.

Este cenário, em especial a evasão escolar precoce, gera uma dificuldade de inserção no ambiente do trabalho e, por sua vez, faz com que a maior parte dessa população acabe realizando trabalhos precarizados - sendo que alto percentual acaba desenvolvendo atividades de ainda maior vulnerabilidade, como a prostituição. A consequência dessas questões resulta em uma expectativa de vida baixíssima; cerca de 35 anos.

“De cada 4 mulheres no Brasil uma é assassinada. Se pensarmos em termos transgênero, de cada 4 travestis, 3 são assassinadas; o Brasil há 13 anos é o país que mais assassina pessoas trans no mundo”, destacou a coordenadora da Caid, Simone Freire.

Outro aspecto destacado como justificativa da proposta está na invisibilização da população transgênero nos dados oficiais. “O censo 2022 se recusou a fazer esses registros; dados de registros de ocorrência na maior parte das vezes também não identificam gênero”, destacou Simone. Para a Caid, a consequência desse cenário retrata a ausência de políticas públicas de acesso aos direitos fundamentais dessas pessoas.

"Finalmente, é importante destacar que a proposta aprovada hoje é um compromisso da atual gestão, que desde o primeiro momento se apresentou comprometida em ser diversa e plural", complementou a coordenadora.

Próximos passos

Com as alterações aprovadas, a próxima etapa do processo ocorrerá em reunião futuro do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (Coepea), espaço no qual será apresentado o edital de processo seletivo específico para pessoas transgênero. A proposta prevê a oferta de dez vagas em cursos da universidade, eleitos pela população trans a partir de um trabalho desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola (Gese).

*A matéria original pode ser conferida em no site da FURG em: https://www.furg.br/noticias/noticias-institucional/furg-aprova-inclusao-de-pessoas-transgenero-no-programa-de-acoes-afirmativas-2 *

 

O Dossiê Currículo, Formação de Professores/as e Educação para a Sexualidade tem como propósito constituir-se como espaço-tempo de debates, pensamentos e ações em torno do currículo e da formação de professores/as, localizando-os em territórios de possíveis que provocam e movimento de discursos assumidos como verdadeiros. Currículo e formação são e estão, ao mesmo tempo, forjados em meio a espaços de disputas e de lutas que ora legitimam e ora deslegitimam saberes e verdades; ora traz ao centro ora relega às margens tais saberes e verdades, particularmente, aqueles e aquelas atrelados/as ao que defendemos como educação para a sexualidade. Afrouxar a fixidez que, desde a modernidade, vem sendo produzida pelo campo educacional, talvez seja uma possibilidade de cavar brechas em verdades instituídas que marcam os corpos, determinam padrões de viver com e entre corpos, gêneros, sexualidades, relações étnico-raciais, idades, gerações... Provocar outros modos de entender a relação com a verdade é ferramenta importante para pensar o impensado no currículo e na formação de professores/as. Em suma, o dossiê visa, abrigar leituras, pensamentos, teorizações, agenciamentos, experimentações que envolvam processos e atos de currículos, processos e atos formativos no que tange à movimentação da educação para sexualidade neste século XXI.

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O Projeto Vamos RefleQUEER que tem como proposta produzir uma série de vinhetas que vão abordar temáticas como: significado da sigla LGBTI+; nome social; uso dos banheiros; nome social no diário/caderno de chamada; apoio das famílias; cotidiano da sala de aula, entre tantos outros temas. Na quarta vinheta estamos problematizando o nome social, um processo de auto identificação, que tem respaldo na legislação e que garante o reconhecimento de pessoas trans serem chamadas conforme entendem e produzem o seu gênero. O projeto é uma atividade do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola – Gese da Universidade Federal do Rio Grande – Furg e da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – Antra, e tem o patrocínio do 6º Núcleo do Cpers/Sindicato - Rio Grande; do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande – Sinterg e do Sindicato dos Tecnicos da Universidade Federal do Rio Grande - Aptafurg Sindicato.

Todos as vinhetas estão disponíveis no canal do Youtube do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola – GESE. O link do canal está disponível aqui

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